Ivo André Gonçalves é o nome do invicto lutador português que emigrou com 11 anos para Inglaterra, onde cresceu, travou várias adversidades, conheceu o MMA, começou a lutar, sem nunca se esquecer do lugar em que nasceu, o seu adorado Portugal. Carrega às costas a bandeira lusitana nas batalhas do Contenders, em Norwich, onde vai enfrentar este sábado, dia 10 de dezembro, o norueguês Kim Thingaughen. Ninguém melhor do que o André para contar esta incrível história que teve inicio à 27 anos em Lisboa. INFORMMA: O André é um atleta que já compete há algum tempo em Inglaterra, tanto como profissional como em amador. Para os fãs portugueses de MMA que não o conhecem, conte-nos quem é, onde tudo começou e como chegou até aqui ? André Gonçalves: O meu nome é Ivo André Gonçalves. Nasci e fui criado na cidade linda de Lisboa até vir para Inglaterra quando tinha 11 anos, a 22 de outubro de 2001. Os meus avós imigraram para aqui nos anos 90 há procura de uma vida melhor. Eu morava com a minha mãe, os meus pais separaram-se e perdi o contacto com o meu pai. Naquela altura a minha mãe tinha muito poucas facilidades e eu já andava a portar-me mal. Foi aí que decidi vir para junto dos meus avós. INFORMMA: Com 11 anos, como correu a adaptação a um país novo, com uma cultura diferente, e uma língua desconhecida ? AG: Quando cheguei, reparei que tinha vindo para uma vila do tamanho de Torres Vedras. Fui o primeiro rapaz português a pôr os pés nesta vila, e também o primeiro aqui na escola. Racismo foi a primeira coisa que tive de enfrentar. Durante o primeiro ano de escola todas as semanas andava à porrada. Com miúdos da mesma idade ou mais velhos. Até com professores! Normalmente era sempre eu contra 5. Um para um eles tinham medo! INFORMMA: No meio dessa vivência atribulada em Inglaterra como surgiu o MMA, de onde apareceu a vontade de praticar um desporto que estava em crescimento na altura? AG: Em 2006, quando tinha 17 anos, comecei a ver um programa de MMA, o The Ultimate Fighter (a INFORMMA suspeita que tenha sido a edição do Tito vs Shamrock, que trouxe Michael Bisping para o UFC), e como sempre achei que tinha jeito para lutar, decidi procurar o ginásio mais perto para começar. Foi aí que conheci o meu, não só Grande Mestre, como também o meu grande melhor amigo, Lee Doski (ex-lutador de MMA, com mais de 30 lutas e responsável pela Tsunami Gym onde treinam os ex-UFC Luke Barnatt e Jonh Maguire). INFORMMA: Foi então uma entrada direta para o MMA. A competição surgiria com que idade, veio pouco depois ? AG: Sim comecei no MMA. Naquela altura o Lee Doski ainda lutava e estava no topo dos rankings em Inglaterra, eu seguia-lhe para todo o lado. Ele levava-me para ginásios de boxe, wrestling e brazilian jiu-jitsu. A primeira luta surgiu com 21 anos, INFORMMA: Como tem sido o teu percurso competitivo, fizeste várias lutas como amador, e já levas duas vitórias como profissional no Contenders. Um dos poucos percalços foi aquele corte acidental devido a uma cabeçada contra um atleta létonio? AG: Tive 10 lutas amadoras, e conquistei dois cinturões de campeão nos 70kgs. Os cortes acontecem, fazem parte do desporto, é chato mas acontece. Eu por mim continuava a lutar, nunca paro. INFORMMA: O que esperas da luta contra o norueguês Kim Thinghaughen, um atleta experiente com sete lutas profissionais? AG: Sim ele tem mais experiência em papel, mas eu sinto-me muito bem preparado e isso para mim não diz nada. Eu sei o que valho e sei as minhas capacidades. Se eu não quisesse pôr o nosso país no mapo do MMA tinha lutado com alguém mais fácil. Aqui diz-se, "Records are for DJs" !! Ele até podia ter 20 lutas a mais do que eu. Quando aquela porta se fechar, sou só eu e ele, mano a mano. INFORMMA: Grandes palavras. Qual é o teu objetivo a médio prazo. Pretendes competir nos Estados Unidos ou até quem sabe tentar entrar no programa The Ultimate Fighter? AG: Sem dúvidas, o meu sonho é ser o primeiro lutador a pôr as nossas cores, as cores da bandeira portuguesa no uniforme da Reebok do UFC. E não tenho dúvidas nenhumas de que o vou fazer. Um atleta que já lutou muito ao longo da vida, e foi obrigado a enfrentar várias batalhas, algumas delas desiguais, mesmo antes de entrar dentro dos ringues. Este sábado vai representar-nos novamente no Contenders, em que está com um recorde profissional de duas vitórias e um empate. Como sempre, entrará no octógono com a bandeira de Portugal, provavelmente ao som da sua música caraterística, "Put On" de Young Jeezy ft. Kanye West. O Contenders 17 em Norwich tem inicio às 17 horas no sábado, será transmitido em direto via streaming na própria página da promotora e posteriormente colocado no Youtube. Deixem as vossas mensagens de apoio aqui, na página do André.
1 Comentário
Catia
12/6/2016 09:08:27 am
Forca primo es o maior mereces boa sorte bjks
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Gonçalo FormigaFã de desportos de combate desde que se lembra, é formado em jornalismo, membro da Team Tora Sesimbra e atleta da CAPMMA. Archives
Novembro 2017
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